Recursos de baixa tecnologia como ferramentas no desenvolvimento do Autista
O sentimento é tão
profundo, que faltam palavras para expressá-lo. Há raiva, carinho, tédio, mas
falta de habilidade em comunicar. Resultado: uma imersão cada vez maior na realidade
interna e um descolamento do que acontece em volta. Simplificando, é esse o
círculo que envolve as crianças que nascem com autismo.
Para que consigamos
fazer com que a haja uma minimização nessa dificuldade faz se necessário
utilizar a comunicação alternativa e pode se usar recursos de baixa tecnologia
para alcançar esse objetivo que é o da comunicação. Podemos usar o LPV(Livro de
Pistas Visuais),o mesmo é confeccionado a partir de fotos individualizadas para
cada criança,fotos dos alimentos e objetos reais de sua rotina. Estas imagens
devem ser plastificadas e coladas em uma pasta que, após o treino oficial,a
criança poderá levar consigo para todo lugar,possibilitando que ela se
comunique com qualquer pessoa.
O treino da comunicação por pistas
visuais começa com uma foto apenas e, depois, aumenta-se o número de fotos
gradualmente. Durante o treino a estimulação antecedente deve ser limpa e
objetiva (Tentativas Discretas) e, aos poucos, passará a reproduzir um contexto
mais natural. A resposta a ser ensinada é a de selecionar uma foto e entregá-la
ou mostrá-la para um ouvinte. As dicas vão sendo retiradas gradualmente, ou
seja, começamos com uma dica mais intrusiva (pegar na mão da criança e descolar
e entregar ou apontar a foto junto com ela) e passamos gradualmente para dicas
mais leves (só direcionar a mão da criança para a foto ou apenas apontar a foto
que a criança deve pegar).
Um passo importante do treino e do uso
da comunicação por pistas visuais consiste em o aplicador nomear a foto
selecionada para a criança repetir. Isso deve ser feito em todas as tentativas,
desde o treino, visando aumentar as chances de a criança verbalizar mais e, com
o tempo, podermos retirar a comunicação por fotos substituindo-a pela fala.
Deve-se treinar, com a troca de
imagens, os principais operantes verbais: Ecoico – pegar a
imagem que corresponde à fala do outro; Tato – pegar a imagem
que descreve um estímulo do ambiente ou um evento; Mando– pegar a
imagem do que se quer pedir; Intraverbal – pegar a imagem que
responde a uma pergunta, completa uma frase, ou dá continuidade a um diálogo.
Aos poucos, vamos aumentando a complexidade da comunicação por troca de
imagens. Pode-se treinar o tato de sentimentos e ações; o relato de eventos
passados; a construção de frases; etc.
Sugere-se que o treino comece
pelo mando (pedidos), já que o reforçamento deste operante
verbal é específico e, portanto, mais eficaz na instalação de uma nova
resposta. Para o treino de mando o aplicador deve apresentar uma foto na mesa
ou pregada com velcro na pasta de comunicação e mostrar o item de interesse da
criança. Quando a criança tentar pegar este item o aplicador deve bloquear esta
resposta e já direcionar a mão da criança para a foto, dando a ajuda necessária
para ela descolar a foto da pasta e entregar para o aplicador. Então, o
aplicador dá o modelo vocal do nome deste item e dá oportunidade para a criança
repetir este som. Mesmo que a criança não repita o som ela deve ter acesso ao
item pedido, para reforçarmos o pedido pela troca da foto.
O recurso se destina a estudantes com
autismo e pode ser iniciado o mais cedo possível. O mesmo pode ser utilizado em
vários ambientes como já foi citado acima.
Olá Katiçuane!
ResponderExcluirSenti falta de algumas informações em seu texto, como por exemplo o local de utilização e da indicação das intervenções do/a professor/a do AEE.
Abraços fraternais,
Waldenice